Muita bola se jogou e muitos golos se marcaram, até à data da fundação do Vitória em 1954.
Sem que haja uma data precisa a assinalar as primeiras jogadas de futebol, mesmo como simples brincadeira, a verdade é que o jogo da bola já era praticado pelos alunos da escola primária em 1935, que, à falta de bolas apropriadas, usavam bolas de trapos.
A certa altura a prática do futebol estendeu-se também aos adolescentes e depois, numa progressão contagiante, conquistou igualmente os adultos.
Houve equipas formadas ad hoc para se defrontarem entre si, houve jogos entre solteiros e casados, houve renhidos encontros entre Minde e Mira que, nem sempre chegavam ao fim, tal a exaltação de ânimos que se gerava. De encontros amigáveis que se pretendia que fossem passavam a ser jogos de agressão verbal e física que degeneravam em pancadaria, em que tanto se jogava com os pés como com as mãos, terminando os prélios, quase sempre, com a retirada precipitada da equipa visitante.
O campo de Minde era na Mata, à margem do caminho da Fonte Nova, primeiro numa poisia do lado esquerdo e mais tarde numa outra, do lado direito. Ali se disputaram jogos com as equipas de Alcanena, Vila Moreira e a já bem estruturada formação de Porto de Mós, que sempre se fazia acompanhar do paralítico da Pensão Fataça, em cadeira de rodas.
Formaram-se depois as equipas dos Pássaros e dos Raposos, esta última a representar a firma Emídio da Silva Raposo, numa afirmação do peso da sua massa operária.
Tudo agrupamentos mais ou menos efémeros, animados essencialmente pelo amor à camisola, a que nem as raparigas e até algumas senhoras eram indiferentes. O facto de não haver distrações alternativas, levava-as a comparecer em grande número nos campos da Mata para assistirem às competições e apoiarem as equipas da sua afeição.
As coisas da bola por cá só viriam a estabilizar-se em 1953, depois de um breve interregno, quando o Manuel Fontes Carvalho, então na força da juventude, tomou o futebol mais a sério, assumindo os encargos com a organização duma nova equipa que pudesse vir a participar em jogos de calendário, dando-lhe o nome de Vitória, a que não seria estranho o facto de ele ter uma irmã com esse nome. E as coisas lá se foram normalizando até que o grupo veio a ser oficializado no ano seguinte com o nome de Vitória Futebol Clube Mindense, que ainda hoje se mantém.
O maior obstáculo que desde logo se levantou à normal atividade da vida do clube, entretanto convertido em associação, era não haver um campo propício à prática deste desporto, em toda a época determinada para o efeito.
Como grandes impedimentos à utilização do campo da Mata apresentavam-se os factos de ele estar sujeito a cheias e não ter as dimensões mínimas regulamentares.
Mas Minde habituou-se a vencer as grandes barreiras que se opunham ao seu desenvolvimento e foi com um generalizado rasgo de bairrismo e coragem que se conseguiu adquirir o terreno apropriado e levar por diante a construção do campo de jogos do Vitória que viria a ser inaugurado em 25 de Agosto de 1963, apenas dez dias depois da elevação da Vila.
Na altura o campo não foi devidamente acabado no respeitante à área envolvente por razões de ordem económica.
A partir de então e a pouco e pouco têm lá sido investidas largas somas de dinheiro em muros de vedação, instalação elétrica, resguardos tubulares, cabines e, mais recentemente, uma bancada dotada dos indispensáveis balneários e outras instalações de apoio, construída a expensas da Câmara.
O clube funcionou sem sede própria até à construção do campo das Peninhas, onde na altura se fizeram umas dependências um tanto ou quanto precárias para instalação dos balneários, dispondo também dum pequeno compartimento para servir de sede e para a guarda dos documentos e troféus do clube. O caso é que, por um inqualificável ato de vandalismo, essas instalações foram devoradas por um fogo em 19 de Agosto de 1967, deixando o Vitória sem eira nem beira, isto é, sem sede nem documentos, só vindo a ser dotado com uma sede condigna quando, por ter terminado o Ciclo Preparatório T.V., lhe foi concedido ocupar, de mão beijada, uma das suas salas a funcionar no pavilhão pré-fabricado situado no Canto do Romão.
Como acontece com quase todas as coletividades também o Vitória tem conseguido sobreviver por mor do empenho de alguns dos seus sócios mais dedicados, entre os quais justo é destacar o já falecido Luís Nascimento Silva, seu dirigente principal durante muitos anos, merecidamente homenageado com busto em sua memória num espaço apropriado na zona desportiva.
O Vitória nasceu pouco antes do Jornal de Minde, e por isso, todo o seu percurso como organização desportiva e grupo de ações de competição, pode ser acompanhado ao longo das suas páginas, embora nem sempre com a desejável regularidade.
Em 2002 encontrava-se a disputar o campeonato distrital da Segunda Divisão, mas pode-se dizer com verdade que foi a equipa que mais tempo se manteve consecutivamente na Primeira Distrital desde que estes campeonatos se iniciaram.
O Vitória Futebol Clube Mindense conta com duas equipas, futebol e basquetebol, para representar a freguesia.
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