O abastecimento de água era um problema grave, muito preocupante. Nem todas as famílias dispunham de cisterna ou de poços que a recebiam das chuvas.
Era frequente ver na rua pessoas de bilha de barro à cabeça sobre uma rodilha de tecido. Em tempos remotos foram feitas pela população local duas fontes em plena Serra de Aire, situadas na base poente do cabeço dos moinhos.
Estas fontes recebiam por escorrência alguma da água das chuvas que se infiltrava nos montes durante as invernias. Era a estas fontes que muita gente acorria quando a crise de água se fazia sentir.
Conta-se até que uma senhora que era sonâmbula foi à fonte, encheu a bilha, regressou a casa e que só acordou quando a bilha se estatelou no chão por bater numa bandeira de um portal. O lendário faz parte do maravilhoso da vida. Talvez seja lenda.
Tornaram-se mais tarde estas fontes em lugares de romaria por tudo quanto a seu respeito se falava. Lá estão ainda, não estão esquecidas, e fala-se na hipótese de as valorizar como património histórico da localidade.
O acesso não é difícil e a ideia dele merece acolhimento. Hoje há água ao domicílio que só quem passou por certas dificuldades poderá apreciar devidamente.
É tão fácil abrir a torneira! Não era tão fácil ir à fonte buscar uma bilha de água.